terça-feira, 15 de março de 2011

Uma das coisas que eu mais detesto é a prepotencia de alguns professores de português que acham que podem explicar poesia. Poesia não se explica, cacete, se sente e se entende! E pronto. Entendam que quando se desconstrói uma poesia para explicá-la, além de você estar impondo o seu modo de interpretar as coisas, todo mundo começa a vê-la e a entende-la da mesma forma e todo o propósito da coisa vai pras plicas! Nossa, isso me deixa maluca...

(Voltando com isso daqui aos poucos. Talvez...)

sábado, 9 de outubro de 2010

contos de amor rasgados IV.

"-As pessoas vêem estrelas de maneira diferente. Para aqueles que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, elas são problemas. Para o empresário, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém nunca as teve...(...)Quando olhares o céu de noite, eu estarei habitando uma delas, e de lá estarei rindo; então será, para ti, como se todas as estrelas rissem! Desta forma, tu, e somente tu, terás estrelas que sabem rir!(...)Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E às vezes abrirás tua janela apenas pelo simples prazer... E teus amigos ficarão espantados de ver-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão louco. Será como uma peça que te prego... Será como se eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montes de pequenos guizos que sabem rir..."

Você é a única pessoa no mundo inteiro que me entende por completo. Nada em mim passa despercebido por você. É assustador, mas também muito bonito. Acho que também te entendo. Na verdade, acho que a gente é mais parecido do que imagina. Talvez por isso você tenha sempre as palavras certas, na hora certa. Acho que só agora eu começo a ver que tudo o que você me disse é o que você gostaria que tivessem dito pra você. O que eu sinto por você é diferente e inexplicável. Não, eu não sou apaixonada por você nem cultivo dentro de mim um amor platônico. Mas eu te amo. É, te amo sim. Porque você sempre foi especial pra mim. Sempre foi diferente. E sempre teve meu carinho. Tu se faz de marrento, mas é uma coisa linda (:

Para T., o Juan Antônio da minha vida! haha

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A maioria da gente enferma.

A maioria da gente enferma de não saber dizer o que se vê e o que pensa. Dizem que não há nada mais difícil do que definir em palavras uma espiral: é preciso, dizem, fazer no ar, com a mão sem literatura, o gesto, ascendentemente enrolado em ordem, com que aquela figura abstrata das molas ou de certas escadas se manifesta aos olhos. Mas, desde que nos lembremos que dizer é renovar, definiremos sem dificuldade uma espiral: é um círculo que sobe sem nunca conseguir acabar-se. A maioria da gente, sei bem, não ousaria definir assim, porque supõe que definir é dizer o que os outros querem que se diga, não o que é preciso dizer para definir. Direi melhor: uma espiral é um círculo virtual que se desdobra a subir sem nunca se realizar. Mas não, a definição ainda é abstrata. Buscarei o concreto, e tudo será visto: uma espiral é uma cobra sem cobra enroscada verticalmente em coisa nenhuma.
Toda literatura consiste num esforço para tornar a vida real. Como todos sabem, ainda quando agem sem saber, a vida é absolutamente irreal, na sua realidade direta: os campos, as cidades, as idéias, são coisas absolutamente fictícias, filhas da nossa complexa sensação de nós mesmos. São intransmissíveis todas as impressões salvo se as tornarmos literárias. As crianças são muito literárias porque dizem como sentem e não como deve sentir quem sente segundo outra pessoa. Uma criança, que uma vez ouvi, disse, querendo dizer que estava à beira de chorar, não "Tenho vontade de chorar", que é como diria um adulto, isto é, um estúpido, senão isto: "Tenho vontade de lágrimas". E esta frase, absolutamente literária, a ponto de que seria afetada num poeta célebre, se ele a pudesse dizer, refere resolutamente a presença quente das lágrimas a romper das pálbebras conscientes da amargura líquida. "Tenho vontade de lágrimas"! Aquela criança pequena definiu bem a sua espiral.
Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subterfúgios da digestão e do esquecimento, gentes remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstrato do céu azul sem sentido.




Aí eu me apaixonei por Fernando Pessoa.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

coisas do futebol.

Dia desses estava lembrando com uma amiga de uma figura carimbada aqui de Recife, dono das melhores declarações futebolísticas de Pernambuco, quiçá do Brasil: Carlinhos Bala. O cara é gênio. Ele é tão bom que não fala com Deus, Deus que fala com ele! Hoje em dia tá jogando no Náutico, mas foi quando jogava no Sport que ele deu as duas melhores declarações da sua vida, tornando-se um ícone. Foi num jogo contra o Vasco ou contra o Corinthians, não lembro bem, mas isso são firulas. O fato é que, antes do jogo, um repórter foi entrevistá-lo. Eis o brilhante diálogo:

reporter: - Carlinhos, o que você espera desse jogo?
ele: - É.. Nosso time é muito bom, o deles também. Nosso técnico é muito bom, o deles também. A gente vem jogando bem, eles também... Vai ser um confronto assim, tipo Sansão e Dalila.
repórter: - ... Não seria Davi e Golias não?
ele: - É, é... Eu se confundi.

Não satisfeito, no intervalo entre o primeiro e o segundo tempo, eis que ele finaliza com essa:

repórter: - O que você achou daquela bola que fulano passou e você não alcançou? Foi muito longa?
o mito: - Ah, aquela bola nem se eu tivesse dois pulmões eu alcançava!

Grande Carlinhos Bala! hahaha

terça-feira, 14 de setembro de 2010

mundo moderno.

Tudo bem que, nos dias de hoje, quem não se adapta ou se moderniza, fica para trás. Mas esse lance de as Igrejas apostarem no clima de descontração e jovialidade para ganhar fiéis tá começando a beirar o ridículo! Passando agora ao lado de uma Igreja Universal aqui perto de casa, escutei o pastor:
- Vamo lá, gente! Vamo fazer uma fézinha! Vamos, pessoal, todo mundo! Vamo lá!
WTF? Isso é uma igreja ou uma academia? Um pastor ou um personal trainer?

Me tirem desse inferno.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Olha, com certeza eu devo ter um sensor que atrai caras-de-pau, porque sinceramente, esse ano tem batido o recorde. Fora todos os filhos da puta que nunca me deram a mínima, casaram, separaram e agora vieram atrás de mim de novo, sabe-se lá o porquê. Só esse ano já foram três. Pelo amor de deus, já dizia Lia Luft, "se não me podem amar, me esqueçam"!

Mas esse último agora foi diferente. Durante uns dois anos esperei que isso acontecesse. Quando tudo começa a finalmente ir bem, essa desgraça volta pra virar meu mundo de cabeça pra baixo. De novo. Eu sei, eu sei que eu tenho a opção de não deixar ele voltar pra minha vida. Mas eu nunca mais ia conseguir viver em paz se simplesmente deixasse pra lá.

Bom, só o que eu posso dizer é: Olá, I., bem vindo de volta. E seja o que Deus quiser.

domingo, 22 de agosto de 2010

Viajo porque preciso, volto porque te amo.

"Se aqui tivesse correio, mandava um telegrama pra você com estas palavras: viajo porque preciso, vírgula, volto porque te amo ponto."



José Renato, geólogo, 35 anos, é enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar todo o Sertão; região semi-desértica, isolada, situada no Nordeste do Brasil. O objetivo de sua pesquisa é avaliar o possível percurso de um canal que será construído a partir do desvio das águas do único rio caudaloso da região.Para muitos dos habitantes da região, o canal será uma solução, uma possibilidade de futuro, de esperança. Mas, para aqueles que moram em áreas por onde fisicamente o canal passará, ele significa desapropriação, partida, perda. Muitos dos lugares por onde José Renato passa, serão submersas; muitas das pessoas e famílias que ele encontra, serão removidas.No decorrer da viagem, nos damos conta que há algo de comum entre José Renato e os lugares por onde ele passa: o vazio, uma certa sensação de abandono, de isolamento. Aos poucos, descobrimos que ele também acabou de ser abandonado pela sua companheira. O desolamento da paisagem parece ecoar em José Renato e a viagem vai ficando cada vez mais difícil. A pesquisa geológica vai sendo contaminada pela sensação de desamparo, pela saudade incessante da ex-mulher, por uma vontade de voltar pra casa. Mas, ele decide ir em frente, seguir viagem, na esperança que a travessia transmute seus sentimentos. Assim como um astronauta depois de atravessar o espaço sideral, assim como um marinheiro depois de cruzar um oceano – para José Renato, nada mais será como antes.

Assistam. Super recomendo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A vida é feita de pedaços do céu,
Pobre de quem não teve o seu.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Tom do Amor.

O amor vai te contar um segredo.
Fica atento.
Repara bem.
Que o meu amor
É todo seu.

(Paulinho Moska, fazendo prevalecer meu lado piegas.)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eu pedi porque eu achei que não fosse acontecer. Eu reclamei só pra ser ranzinza. Mas agora tu voltou. Voltou mesmo, de verdade, chegou ontem, até! Tá aqui pertinho de mim, de novo. E eu não tenho a menor idéia do que eu vou fazer. Não sei se vou, não sei se fico. Só consigo pensar em uma coisa:
- Bom, fudeu. De novo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Lelê.

Lelê, porque tu foi embora?
Lelê, porque tu foi embora?
Porque me deixasses aqui?
Ah Lelê, eu penso em tu toda hora.
Tu nunca me deixou só
Tu nunca me deixou sem
Tu me enfeitava de flor, Lelê
Me chamava de meu bem.
Me deu vestidinho branco
Deu sandalhinha de couro
Ai, Lelê, se tu não voltar,
Eu juro que de saudade eu morro.
De noite faz tanto frio
No peito espinho de palma
Não me peça pra ter calma
Não me peça pra ter calma
Vou assanhar meus cabelos
Vou borrar o meu batom
Vou batucar no terreiro
Te xingar fora do tom.

Chico Corrêa&Eletronic Band

terça-feira, 27 de julho de 2010

Não entendo a necessidade absurda que as pessoas têm de divulgar todos os fatos da sua vida, até os mais íntimos, pros outros. Mesmo que sejam amigos. E o pior, divulgam coisas pouco se importando se envolve a vida de outras pessoas! Onde foram parar as pessoas discretas? To de saco cheio dessa merda toda. Gosto de discrição. Porra, odeio ver a minha vida sendo escancarada pra quem não devia porque algum imbecil não consegue segurar a língua dentro da boca! Mas pelo jeito, vou ter que viver dentro duma bolha pra conseguir isso.
O ser humano é escroto.

terça-feira, 13 de julho de 2010

contos de amor rasgados III.

Ninguém acredita, mas eu sinto tanto a sua falta. Ainda me dá um frio na barriga quando lembro de você. Da gente. O coração ainda dispara com as lembranças de quando a gente se conheceu. De como a gente se conheceu. De tudo. Cada detalhe. Cada dia que passei do teu lado, durante dois meses. Cada gesto. Cada descoberta. E foi uma dessas descobertas que destruiu o que mal havia começado. Foi quando eu descobri que, por mais que eu te amasse, seria impossível ficar com você. Foi quando eu descobri que aquela história de que o amor supera tudo blablabla era tudo balela. O amor não supera a ausência de diálogo. Tentei ter paciência, talvez fosse algo que com o tempo mudasse. Mas aí eu vi que fazia parte da tua personalidade ser calado. Não, ser calado não. Ser calado é uma coisa. Você não consegue emitir um comentário sobre absolutamente nada! Não consegue dialogar, debater! Com ninguém! Sobre nada! Nunca! Meu deus, aquilo com o tempo foi me angustiando e foi crescendo um abuso dentro de mim que eu tive que te deixar, antes que o que eu sentia por você se transformasse numa coisa ruim. Mas te deixei com um aperto no peito. Com as pernas bambas. Por saber que estava fazendo uma coisa que não era exatamente o que eu queria, mas o que tinha que ser feito. Urgentemente. E o que aconteceu? Você não disse nada. Como sempre. Minha frustração por pouco não se transformou em raiva, porque talvez eu esperasse algo de você, não sei, algo como tentar me convencer do contrário. Mas não. E agora tá tudo assim. Você de um lado, eu do outro. Eu com saudade, você não sei. (...)

Para R., com amor.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

No delírio dos teus sonhos, o meu destino.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

give me back my peace of mind.

Que faz aqui?
Já não te falei?
Você vem de longe e diz: - Eu voltei!
Não, não faz assim.
Sei do teu desejo mas
Vem me dar um beijo e em paz
Seguir.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

É que para quem espera
A vida sempre será
Um incendio no coração
Sob o temporal que tudo arrasa.

domingo, 30 de maio de 2010

She wakes up scared of getting old
She don't feel no shame
She know's so many pretty boys
And they are all the same
They said 'oh hey there girl tell me what do you do'
She said 'um nothing but I'm damn sure it's more than you'

Jet.

terça-feira, 18 de maio de 2010

acalenta ou revira o nosso lar.

Que tristeza é essa, meu pai.
Veio assim sem avisar,
Entrou chutando a porta
E tomou conta de tudo.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

saindo as palavras por uma porta e a vida por outra.

Por vezes vim ao blog com o intuito de postar algo, o que quer que fosse, mas sempre acontecia a mesma coisa. Aquilo saltava na minha frente e aí pronto, já não tinha mais o que fazer. Cabeça, corpo e coração eram invadidos por lembranças, sentimentos, voz, gestos e jeitos, todos juntosdeumavez. Depois, só saudade. Uma saudade imensa, doída. A necessidade de um abraço, de sentir assimbmprto. E aquilo martelando na minha cabeça, repetidamente. a cabeça quer pensar Ficava olhando aquelas duas frases, tão simples, dançarem na minha frente mas o amor só quer você provocando todo tipo de reação. Já não tinha mais vontade a cabeça quer de escrever sobre nada. E também, lá no fundo, achava bonito mas o amor e nostálgico aquilo ali, intocado, sem ser empurrado pra só você baixo por coisas banais. Mesmo agora, durante o banho, enquanto o texto ia se formando meio desajeitado quer pensar na minha cabeça, essas mesmas duas frases me interrompiam o amor a todo momento, desviavam minha atenção, tirando a minha concentração. Não adianta. Só quer você.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A cabeça quer pensar.
Mas o amor só quer você.