terça-feira, 13 de julho de 2010

contos de amor rasgados III.

Ninguém acredita, mas eu sinto tanto a sua falta. Ainda me dá um frio na barriga quando lembro de você. Da gente. O coração ainda dispara com as lembranças de quando a gente se conheceu. De como a gente se conheceu. De tudo. Cada detalhe. Cada dia que passei do teu lado, durante dois meses. Cada gesto. Cada descoberta. E foi uma dessas descobertas que destruiu o que mal havia começado. Foi quando eu descobri que, por mais que eu te amasse, seria impossível ficar com você. Foi quando eu descobri que aquela história de que o amor supera tudo blablabla era tudo balela. O amor não supera a ausência de diálogo. Tentei ter paciência, talvez fosse algo que com o tempo mudasse. Mas aí eu vi que fazia parte da tua personalidade ser calado. Não, ser calado não. Ser calado é uma coisa. Você não consegue emitir um comentário sobre absolutamente nada! Não consegue dialogar, debater! Com ninguém! Sobre nada! Nunca! Meu deus, aquilo com o tempo foi me angustiando e foi crescendo um abuso dentro de mim que eu tive que te deixar, antes que o que eu sentia por você se transformasse numa coisa ruim. Mas te deixei com um aperto no peito. Com as pernas bambas. Por saber que estava fazendo uma coisa que não era exatamente o que eu queria, mas o que tinha que ser feito. Urgentemente. E o que aconteceu? Você não disse nada. Como sempre. Minha frustração por pouco não se transformou em raiva, porque talvez eu esperasse algo de você, não sei, algo como tentar me convencer do contrário. Mas não. E agora tá tudo assim. Você de um lado, eu do outro. Eu com saudade, você não sei. (...)

Para R., com amor.

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